segunda-feira, 21 de novembro de 2011

SOBRE O SISTEMA PRISIONAL CATARINENSE

Depósito de gente

Gabriela Rovai
São Pedro de Alcântara
O portão de ferro da maior unidade prisional do Estado é aberto logo que a equipe do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) se identifica. A inspeção de rotina no Complexo Penitenciário de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, não foi comunicada previamente. Assim que o grupo atravessa a muralha de 12 metros de altura, as vozes começam a ecoar no pátio interno. Elas vêm das frestas nas celas do pavilhão 1. São pedidos de revisão de penas e melhores condições de vida na unidade. Não é possível ver os rostos, apenas mãos e roupas penduradas.
O DC acompanhou, na última sexta-feira, a equipe do TJSC, formada pelo coordenador do Núcleo de Execução Penal, juiz Alexandre Takaschima, a assistente social judiciária Adriana Moresco e o assessor jurídico Fernando Tubs. O relatório será encaminhado à Corregedoria do TJSC.
De acordo com Takaschima, a unidade de São Pedro, da forma que está, não favorece a ressocialização. Ele acredita que uma das principais políticas de segurança pública para reduzir a criminalidade é o investimento no sitema prisional.
"Estamos nesse abandono histórico desde 1994, quando começamos a ter superlotação nas unidades", observou o juiz.
Segundo ele, a taxa de reincidência nas cadeias catarinenses é de 70%, ou seja, de cada 10 pessoas que saem da cadeia, sete voltam a cometer crimes.
"Este número é um fracasso, é um absurdo. O sistema prisional não respeita a dignidade humana", afirmou Takaschima.

Fonte: Resenha Diária do site do TJSC

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