Conversando com alguém muito próximo desabafei sobre meu estado de 'desespero' (calma, ainda não é caso de internação) a respeito da REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA da qual todos somos hoje protagonistas, tal qual foram aqueles viventes na época da revolução industrial, da agrícola, etc...
Refiro-me a rede mundial de informações, internet, e outros adjetivos. Lembro quando a máquina de escrever entrou no cotidiano das pessoas. Tinha máquina que custava o preço de um carro popular e era objeto "de quem podia". Não era coisa para 'qualquer um'. Foi uma revolução.
Pois bem, com o computador foi mais ou menos assim, com a diferença de que já estávamos preparados pela máquina de escrever.
Mas agora tem uma outra situação, que eu considero semelhante ao que aconteceu com as pessoas quando Guttemberg inventou a prensa. Pensa só: todos escreviam com 'bicos de pena e tinta' para de repente serem substituídos por um objeto que imprimia as letras.
Qual é a comparação que eu faço: Uma pessoa como eu, Advogada, treinada e preparada durante anos para produzir pedidos e defesas para apresentar ao poder judiciário em forma escrita, outrora datilografada, outrora digitada mas sempre corporificada através de uma PEÇA (uma petição inicial, uma contestação, um agravo, uma apelação) que tinha que SER LEVADA PARA DISTRIBUIR nos fóruns, tanto da justiça estadual quanto da federal, agora NÃO TERÁ MAIS QUE FAZER ISSO pois bastará apertar um botão que a tal peça será encaminhada, via fibras óticas (acho que é isso), para a autoridade a que se destina !!
Pense um pouco. Apesar de ser magnífico esse avanço, seus efeitos produzem um choque. Pelo menos em mim. Quer dizer então que SE EU ME INSTRUMENTAR COMPLETAMENTE não terei mais que olhar para as pessoas? Não terei mais que conversar com elas? Não terei mais que me deslocar de onde estou para um contato com os outros? Porque tudo se processará pelas fibras óticas?
Meus 50 anos não me permitem viver isso sem alguma dose de desespero, por conta de toda transformação que isso causa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário