domingo, 14 de outubro de 2012

Serviço gratuito atrai paulistanos que querem desabafar


LETÍCIA MORI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um serviço gratuito oferecido por diversas paróquias tem levado paulistanos à Igreja Católica -mas não para rezar. Voluntários se colocam à disposição para ouvir desabafos e histórias de quem quiser conversar, garantindo o sigilo do que é dito. Não é terapia, mas parece: a pessoa entra em uma sala, senta e fala com um interlocutor, que não dá sermão nem diz quantas aves-marias a pessoa deve rezar.
Os voluntários não são psicólogos e não podem dar conselhos. "Apenas oferecemos tempo, atenção e paciência. O objetivo não é ser um tratamento psicológico, mas um serviço de desabafo", conta o padre Deolino Pedro Baldissera, que criou a escuta na paróquia Nossa Senhora Aparecida de Moema, zona sul, em 2003 e hoje conta com 16 pessoas na equipe.
Desde então o serviço foi ampliado para outras paróquias -hoje são 15 na capital, uma em Santo André (Grande SP) e outra em Santos, no litoral. Juntas, somam 150 voluntários, segundo o Grupo de Apoio do Serviço de Escuta. É essa entidade que treina os interessados em "ouvir" a população. Entre as regras está o respeito à escolha religiosa, já que o serviço pode ser utilizado até mesmo por ateus.
Em visita anônima à paróquia São Luís, na avenida Paulista, na semana passada, a repórter expôs dúvidas sobre suas crenças. Foi atendida, mas ouviu que qualquer orientação nesse sentido somente poderia ser dada por um padre. Em outros casos, os voluntários podem indicar serviços como atendimento psicológico profissional e AA (Alcoólicos Anônimos).

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