domingo, 15 de dezembro de 2013

NENHUMA CRIANÇA NASCE PARA SER ADOTADA

Há no Brasil, aproximadamente, 35 mil crianças e adolescentes vivendo em abrigos e destes, 5 mil já poderiam ter sido adotados pois já tiveram o poder familiar de seus pais destituído pelo Poder Judiciário. Isso é o que informa o CNJ. Ao mesmo tempo há aproximadamente 27 mil candidatos a adoção, ou seja, pessoas interessadas em adotar. Não obstante, o número de crianças em abrigos não se reduz.
POR QUÊ?
Arriscando alguns palpites, diria que o primeiro deles e mais óbvio é: não queremos adotar! Queremos um filho ou uma filha e quando não podemos tê-lo naturalmente, buscamos um bebê recém nascido ou de tenra idade e assim aqueles com alguns aninhos de vida vão ficando abrigados.
No abrigo que a Casa da Criança do Brasil mantinha, uma garotinha foi abrigada com 7 anos e de lá saiu aos 18. Na época não havia ainda a responsabilização do juiz por uma criança ficar mais de 2 anos abrigada. Isso só aconteceu a partir de 2010, com a Lei 12.010 que alterou o E.C.A. nesse e em alguns outros pontos.
Um outro palpite é: não existem políticas públicas para promover o retorno da criança para sua família biológica/extensa e então, vemos a Assembleia Legislativa [de SC] junto com o Tribunal de Justiça [também de SC] investindo fortemente para sensibilizar as pessoas a adotar!
Tenho uma experiência prática que me permite afirmar que:
1. A quase totalidade das crianças que estão hoje em abrigos TEM FAMÍLIA e não são "abandonados" como tão facilmente se diz. Na realidade são filhos de famílias pobres;
2. Não há políticas públicas que promovam o retorno da criança/adolescente para sua família biológica/extensa;
3. O investimento em programas que estimulem a adoção é um equívoco que gasta muito dinheiro e não resolve os problemas da infância.

O que fazer: INVESTIR EM AUXÍLIO À MÃE POBRE, PARA QUE ELA CONSIGA CRIAR SEUS FILHOS; QUE ELES NÃO SEJAM CLIENTELA DOS CONSELHOS TUTELARES; QUE NÃO SEJAM ABRIGADOS PARA NÃO FICAR LÁ A DISPOSIÇÃO .....




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